Análise
"Quero crer que seja um evento para ficar"
Titular da Sdeti, Gilmar Bazanella, avalia o Réveillon e fala sobre projetos para Pelotas
Carlos Queiroz - DP - Bazanella ocupa a Sdeti desde 2019
Por Victoria Meggiato
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Titular da Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Inovação (Sdeti) desde 2019, Gilmar Bazanella realiza, junto com a pasta, o planejamento estratégico e desenvolvimento industrial, comercial, de serviços, científico, tecnológico, econômico, social e turístico de Pelotas. A Sdeti coordena e controla os esforços para materializar esses objetivos. O secretário conversou com o Diário Popular e avaliou o Réveillon no Laranjal e a questão estrutural do Centro de Pelotas, além de falar sobre as expectativas para o Festival Sesc de Música deste ano e sobre o crescimento do Município no quesito inovação.
A Prefeitura divulgou que o Réveillon no Laranjal teve um público de 50 mil pessoas. Qual a tua avaliação sobre esse evento e o que ele trouxe em termos de empreendedorismo e retornos para a cidade?
O público de 50 mil pessoas, foram as fontes da Brigada Militar, que usa os critérios nacionais e internacionais para mensuração de público em lugares abertos. A nossa avaliação foi que a virada e o Réveillon foi sucesso absoluto sob todos os aspectos, participação do público, as atrações. Nós privilegiamos três grupos importantes da nossa cidade que estiveram antes do show nacional do Grupo Revelação. Houveram alguns casos de tumultos, mas insignificantes perto do que representa um evento dessa grandeza. E tudo isso acontece, não é uma coisa por acaso, nós trabalhamos durante 60 dias com as forças de segurança, com as equipes das secretarias envolvidas. Se a gente olhar para a questão de locomoção, nós não tivemos grandes engarrafamentos. Em regras gerais, a montagem da estrutura e a forma como aconteceu a virada, para mim é um dos eventos que fica marcado na história de Pelotas recente. Por todos os aspectos, participação, segurança e uma coisa que a gente tem que ressaltar é a que no dia 1º às 8h nós já tínhamos uma praia totalmente limpa, sem nenhum lixo, nem nas lixeiras, nem no chão. Em termos de organização eu diria nota 10 porque se teve um grande planejamento.
O que o Município projeta para o Festival Internacional Sesc de Música que começa em breve?
O Festival é um evento que vem crescendo. A cada ano que passa a gente percebe o aumento de fluxo de pessoas que vem para assistirem as apresentações. O festival quando iniciou foi com esse público que era da essência do Sesc, levar saúde e entretenimento para a população. Mas junto com isso, também quando ele é de um sistema que é mantido por um setor de comércios, serviços e hospedagem, também é possível ter sustentação. O festival vem crescendo ano a ano. Ano passado a gente já percebeu uma mudança de comportamento de alunos e professores. Aumentou muito os acompanhantes de alunos, familiares de alunos e familiares de professores, o que é uma coisa muito natural porque as pessoas vem uma vez, repetem, vem mais de uma vez, começam a falar da cidade, das coisas que nós temos e isso vai chamando atenção dos familiares que, por vezes, acompanham. A Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Inovação tem feito uma divulgação muito maciça fora de Pelotas, no Brasil todo, mostrando não só o festival, mas tudo que nós temos para oferecer. É um público mais direcionado à música clássica, os apreciadores têm características diferentes, mas é um público que tem mais ou menos o mesmo perfil dos turistas.
Hoje a estrutura do Centro de Pelotas gera algumas reclamações por parte de pelotenses e principalmente de lojistas. Como a Secretaria enxerga essa questão estrutural principalmente com relação ao comércio?
O nosso Centro Histórico, a partir dos novos modelos de empreendimento, como o shopping, tem os bairros Quartier, Parque Una, a própria descentralização do comércio, do varejo para regiões onde não era comum ter grandes estabelecimentos comerciais e agora passa a ter. Tu vai em qualquer bairro, Três Vendas, Santa Terezinha, Fragata, que até uns cinco anos atrás se tu andasse por lá e andar hoje, não parece que é o Fragata porque empresas que a gente nem sonhava que pudesse ter lá, estão lá. Com isso, houve uma certa mudança de comportamento do cliente. O Centro, que historicamente era o principal atrativo, deixa de ser, muito embora eu considere que o pelotense ainda valoriza muito a loja de rua e o centro comercial. Nós temos algumas deficiências, que inclusive fizemos reuniões com secretários, com os lojistas, ações pontuais que precisam ser desenvolvidas pelo Munícipio, para a gente ajudar a dar uma repaginada no nosso Centro Histórico, para que iniba essa migração do centro para outros lugares da cidade. Como a gente pode inibir isso? Se qualificando do mesmo jeito que os outros lugares se qualificam. Fazendo uma comparação, quando tu vai no shopping, tem estacionamento pago, lojas com ar condicionado, restaurantes, tem tudo lá. Como que tu atrai esse público ao invés de ir para lugares como esse, ir para o centro? Qualificando. Nesse sentido, tanto o poder público quanto os lojistas têm que cada vez mais trabalhar em conjunto no sentido de preservar. É trabalhar de mãos dadas e, por parte do poder público, ter sempre um olhar do comerciante, e vice-versa.
Como a Secretaria avalia o crescimento da cidade em termos de inovação?
O Pelotas Parque Tecnológico nasce de uma iniciativa do poder público. Eu tenho muita convicção de que ele trouxe para Pelotas um olhar que estava meio despercebido, não que nós não tivéssemos, nós somos uma cidade de produção quase que inigualável em termos de tecnologia, é só olhar para a universidade produz de inovação durante todos os anos, a Embrapa, a Escola Técnica, só que isso por vezes passava um pouco despercebido.
Por vezes a gente dá muito foco na parte que não é muito boa, mas tem uma produção científica maravilhosa. Deveríamos tirar mais proveito disso para o desenvolvimento econômico da cidade, os empreendedores olharem para isso que está acontecendo aqui e se apropriarem.
Nós agora, por exemplo, estamos com um projeto de Saúde e Biotecnologia, que vai ser uma extensão do Pelotas Parque Tecnológico, que vai ser uma coisa muito importante. Nós temos, através da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), quase 15 milhões, mais uma contrapartida da Lifemed e da universidade, que ao todo vão dar 22 milhões que serão investidos nesse projeto . Isso vai ser uma coisa bem significativa para Pelotas.
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